Carrego comigo uma pequena mala, algumas alheiras e um
Bukowski em poemas. Pretendo lê-lo no caminho.
No portão do aeroporto o voo diz seguir para POA. Vou de encontro ao pai e a família. Tenho saudades enormes de tudo que fizemos, e mesmo do que ainda não fizemos.
Não há muito tempo eu era eu precisando estar em outro lugar. Precisando ir ver.
Eu era forte o bastante para estar sozinho. Viver sozinho.
Conhecer o outro do lado de lá. Encontrar cidades diferentes.
Pessoas diferentes. Diferentes campos energéticos.
Trabalho, motivação, inovação, ação.
Eu escutava as velhas árvores. O barulho dos galhos quebrando. Não aguardava o acúmulo da poeira sobre tudo isso.
Eu escutava as velhas árvores. O barulho dos galhos quebrando. Não aguardava o acúmulo da poeira sobre tudo isso.
Era forte o bastante para domar alguma loucura. Encontrar alienígenas do passado. Permitir, sentir, gozar e passar.
Ler literatura boa, e ruim também. Embriagar a comida líquida. Gargalhar suores da mente. Manter a mulher ao lado. O filho ao lado. Ter seu lado.
Hoje, por esses dias presentes que um dia foram futuro, já não tenho tantas
certezas de que estou onde preciso estar.
Afinal, certeza é uma palavra que nunca esteve certa comigo. Então tudo se apaga. Vira noite escura a espera de um trovão.
Mas necessitamos de nossa mulher é claro, e que ela contenha muitas gramas de amor em seus potes de beleza.
E por esses dias, todos esses dias, dessa mesma noite
interminável, eu quero estar ao lado de quem está ao meu lado. E ser apenas um entre os muitos dessa pequena multidão. E não ser mais nada que não se necessita ser.
Espero que a Vida - como um parque de diversões - ainda mantenha-me nisso.
A consciência soletra o mundo, afinal.
Até que tudo se faça em pedaços. E o que quer que aqui estivesse, assim permaneceu.
Enquanto uma grande árvore queima lá fora. E uma Vida toda arde com ela.
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