sábado, 30 de abril de 2016

EU BATERIA EM MINUTOS ENDIABRADOS



eu teria servido
chás gelados
para você
naquela varanda
de verão
teria coçado
suas costas
na comichão
doentia do ser
teria estado
ao seu lado
na derrota
e na vitória
também
eu estaria lá
naquela queda
naquele ataque
eu teria enxotado
a todos
um por um
e bateria
em minutos
endiabrados
e sempre
louco por ver
você
vencer
novamente



ESCUTANDO O SILÊNCIO



depois da tormenta e do barulho
permanece o silêncio


horas, dias, escutando
o absurdo silêncio


o não dizer o grito que se tem
e o silêncio presente
entre nós


por fim
esse silêncio
traz em si
um terremoto
de coisas passadas


e o mais
é estancar o sangramento


agora
somos só
eu e você


PERSONAGENS DE UMA LITERATURA ESQUECIDA




personagens emoldurados  
          em pequenos poemas-retratos
pendurados em uma antiga
sala da memória


anjos caídos
deitados
sobre heróis
abandonados


"sentei a Beleza sobre os joelhos
e achei-a amarga"
diria o poeta
ao trocar a pena  
pela espingarda


personagens
          de uma literatura  
que um dia foram
a face que um dia tive


muitos, e tão poucos


Dr. Girino era um cara legal
Marcio, Fernando e Paulinho eram caras legais
Guto, Wellintgon e Ico eram caras legais
Vitor Hugo, Cadu e Bodoso eram caras legais
Célio e Tita eram caras legais
Orfeu e Carlinhos eram caras legais
Junior e Flávio eram caras legais
Romer, Zico e Kiko eram caras legais
Nego César e Bodinho eram caras legais
Mario e Romulo eram caras legais
Beto Juquinha era um cara legal
Sapão e Cabeleira eram caras legais
Betão, Kim e Valdemar eram caras legais
Pauleira e Mano eram caras legais
Vial, Gringo e Carioca eram caras legais
Professor, Beto e Rogério eram caras legais
Pico eram um cara legal
Bacalhau, Silvinho e Toninho eram caras legais
Luizinho e Amarildo eram caras legais
Renato e Winter eram caras legais
Beto, Tatu e Menor eram caras legais
Deco, Mario e Paulo eram caras legais
Everton, Felipe e Estrazulas eram caras legais
Ad, Nico e Roque eram caras legais
Trotte e Espindola eram caras legais
Relson, Clayton e Montev eram caras legais
Birão e Tessa eram caras legais


retratos
          de um cotidiano abandonado
agora reunidos
nesta galeria
da vida


onde estão todos agora?
com seus sonhos, dores, amores


por qual porta eles entraram?


enquanto 
choro chumbo    
e
carrego todo esse aço


DEVE HAVER ALGUM CAMINHO AINDA NÃO TESTADO POR NÓS






às vezes as lágrimas são poucas
e o corpo está seco
e a visão já não enxerga o óbvio

às vezes o que doe são coisas velhas
às vezes coisas atuais

e o sentimento é de clausura
de animal selvagem enjaulado
que além da comida
quer mais

às vezes o que para são as palavras
e o que dizer

às vezes não se deve tentar
pois a vitoria
é derrota certa

e a coragem é pouca
e o que fazer
já não se sabe
mais


sexta-feira, 29 de abril de 2016

SIGA-ME



com os olhos

siga as palavras
correndo
pelo papel

siga-me

venha comigo
no caminho
eu te conto
prometo
não mentir
verdades

essas mãos
os dedos
o teclado soando
palavras na tela

para você
agora
isso é
o que resta
de mim

NOSSO PASSADO É O PRESENTE DE VOCÊS. SUPERAMOS.

Nesta semana chacoalhei as almas Tricolores e Coloradas com a provocação:
  
‘’O Roto falando do Esfarrapado. O Imortal em 17 anos (1998-2015) ganhou apenas a Copa do Brasil de 2001. Os Mortos em 25 anos (1980-2005) ganharam apenas a Copa do Brasil 1992. Perdeu Playboy.’’  

O melhor retorno que recebi foi do Junior Veríssimo (amigo e colorado ferrenho dos Pampas) 

"O nosso passado é o presente de vocês. Superamos!''

Quando o Casimiro chegou em POA escolheu o Grêmio para torcer. Tinha as cores do seu Porto. Não o vermelho colorado, cores do alfacinha Benfica.

Então nasci Gremista. 

Meu primeiro título foi o de 77 com a cambalhota falha do André Catimba. 
O segundo, o título Brasileiro de 81 com Paulo Isidoro. 
Depois, o time do Renato, Liberta e Mundial 83.
Depois, o memorável time do Felipão, Bi-Liberta 95, Bi-Brasileiro 96 e Tri-Copa do Brasil 97. Depois o bom time do Tite, Tetra-Copa do Brasil 2001. 
Depois? Depois não veio mais nada. 

A flauta é mais do que legítima. 

De que vale um Super-Homem (azulão), se o Lex Luthor não existir? Não existe Grêmio sem Inter. O contrário é verdadeiro. Os opostos se atraem. O Imortal Azul versus o Sangue Colorado. Maragatos e Chimangos. O místico GreNal. 

No inicio o grêmio meteu 10x0 no Inter. O ‘’rolo compressor’’ do Inter não fez por menos. Meteu 7x0 no Grêmio. 

A década de 60 foi do Grêmio. A de 70 do Inter. As de 80 e 90 do Grêmio. 

A alvorada desse século tem sido do Inter. 

Em 2009 o GreNal fez 100 anos. Até esse ano POA era a única cidade do Brasil com dois Campeões Mundiais. 


O GreNal está entre os 5 maiores clássicos de futebol das Américas. É o tema central do programa de rádio Sala de Redação. No ar desde 70. 

Quando guri, eu costumava escutar o programa em um radinho azul de pilhas Rayovac. Depois, por navegar em outros rios deixei de lado o programa. 

Recentemente, eu tive o prazer de visitar a Rádio Gaúcha e assistir uma das sessões da ‘’Máquina de moer carnes”. Isso foi poucas semanas após a ruidosa briga entre Paulo Sant’Ana e K.Braga. Fiquei triste por eles. 

Mas o fato gerador disso aqui, afinal, é a escassez de títulos do Grêmio. 

Pois a dor conhecida e superada dos Colorados, agora é dos Gremistas. 

Alex Brito (amigo dos tempos VARIGuianos) lamenta que até então tenha sido mais do mesmo e dispara "Taça Caxumba pro Grêmio'' 

Filipe Reis (IBMer e Gremista de carteirinha) suspira ‘’Olha velho, que vexame...’’

Amarildo Veiga (filho do grande Gremista Lúcio) se ausenta dessa discussão. 

Nico (Boleiro dos Bons) não demonstra esperança e cita Felipão: "Grêmio ainda vai levar 10 anos pra ganhar um título...''

Romex Guex e Vitor Ortiz (amigos de juventude), talvez por prudência, não pronunciaram-se.

Breno Willians que jogou no Juvenil do Grêmio e do Inter não está no Face.

Já Carlos (melhor odontólogo de POA) prefere sofrer calado. 

Reinaldo Carlos (filho do colorado Bacalhau) limita suas reações a curtir ou não. Demonstrando, entretanto, um sinal de maturidade. 

O amigo gremista e Dr. em História Luiz Antônio, deve, como sempre, retornar algo mais factual ou bombástico. Esperando.

O colorado Pano pra Manga (colunista do Correio R. de Viamão e fera na provocação) fuzila "esse ano teremos baile de 15 anos...''

De todos, fico com o querido amigo Felipe Matzenbatcher (Músico e Beatles Fan) "nosso Hino é mais belo do que o deles..." 

Até a pé nós iremos...

E põe a pé nisso. Fica o desejo. Retomar então a trilha das Taças.

Com o Grêmio onde o Grêmio estiver. Fui.