sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Hibiscos do Vento Sul





Escrevo para açoitar
as horas magras e indeléveis,
e sobretudo
para dissipar a dor

Persigo essa profissão de fé a anos,
não atinjo lugar algum

Ainda assim,
já fidelizei sete leitores,
menos...

É como se tudo fosse
a incompreensão do nada,
aos 52, menos ainda

Duros caminhos de solas antigas
atravessam e passam
feito pardal negro
desgarrado do horizonte

Essa chuva é sóbria demais
para nos levar,
não furtará  
momentos esquecidos

Nosso tempo, nossa era,
nosso o que?

Fica. A morte ronda. Não vás!

Somos a incógnita do que um dia
já fomos

Tudo ou nada, é tão triste
que chega
a desalmar nosso dia

Fujo constantemente
da responsabilidade
de viver!