Neste maldito frio de outono, encarangado, distraio os
sentidos lendo Bukowski, enquanto o sol sorri envergonhado entre os prédios de
Moema.
Já li demais esse cara. Li todos os livros traduzidos dele
para o português. Li também alguns originais em inglês.
Alguma coisa nele batem forte em algum lugar em mim.
Agora estou lendo ESCREVER PARA NÃO ENLOUQUECER.
Uma coletânea de cartas escritas por ele. Ao longo de sua vida. Na sua eterna briga com os editores, e não editores. Agrupadas agora
neste livro. Relatando um tanto do que foi a sua desregrada e alucinante vida.
Em nosso mundo velozmente atual e mutante é difícil
concatenar os tempos e encontrar tempo para a leitura de livros. Integrar e ler
as rede sociais é mais dinâmico e mais agradável, não é mesmo?
É como diz Mario Quintana, outro que já li quase tudo, "Os
verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem." Pura consciência.
Adoro frases bem feitas e enigmáticas. Quem te disse que a
vida era fácil afinal?
Então esbarro com essa frase "Deuses avivados em tosse na
indistinta fumaça do verso..." Sim, o cara é bom.
Com o Brasil fora da Copa América, a Eurocopa na mesma,
devagar, e lá fora com o vento frio
soprando desanimador, eu permaneço no livro.
O livro questiona. A alma responde.
Porém paro e olho para a lareira.
Vou queimar uma lenha. Sim, melhor queimar uma lenha e
essa umidade que me cerca, e preparar um Chima bem puxado.
Mas não agora.
Agora preciso continuar ao lado do Buk.
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