domingo, 29 de maio de 2016

UMA GAIOLA EM BUSCA DE PASSAROS COLORIDOS





        

Recolhi-me aos 40. Reuni coisas dispersas. Retornei passado aos 50.   
 

Migú era, continua assim.


Loira, olhos claros e constantes, 
piada campineira, sorrisos vários e 
uma caipirinha na mão.


João, que é cachorro ou taxista?
Osvaldinho, atrapalhando as palavras?
Cavalo velho, liderando a ponta da corrida?


O clima era bom. Tipo veranico de férias. 
Sanduíche psicodélico com Beethoven.
Celebrare o Charles Ed com Rock Café.
Na Lagoa ou na Vila Madalena.


E Migú, sempre cercada de jovens pássaros. Aqui, 
acolá, dela prá cá e sempre.


Feito uma gaiola em busca deles.
 

Repetindo a história da corrente no velório. 
Ou do ovo. Qual foi o ovo que matou teu sogro? 


Dizíamos que ela precisava ficar com o Chefe.
Alguém deveria conter tudo aquilo,
afinal.


Migú, Migú, Migú, 
que derrubou o Birão em Salvador
e deixou o Tessa estendido nos degraus do Rio
e outros ainda por vir...


Ás vezes ficava escondida, 
imitava a Lua e suas fases, 
mas nunca perdia o seu brilho de luar.


Eu a vi outro dia em meio a novos 
pássaros coloridos.


A gaiola com a porta aberta os atraindo 
para dentro.


Migú era, continua assim.


Uma boa pessoa 
escondida em suas caricaturas da vida
"eu sou pobre, mas limpinha..."


Migú era, continua assim.


Sempre mantendo a alma viva e virada do avesso.


Refletindo festa. Onde a magia não cessa.
A música não cala & a luz 
não se apaga.


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