sexta-feira, 20 de maio de 2016

TRISTEZA DOS OSSOS






Chuva triste essa. Lembra desencontros. 
Dá frio nos ossos, e vontade de mijar.


Um choro desaguando a desesperança cinza dos céus.


Chuva triste. Entre um pingo e outro, há outro pingo, que pinga, pinga, pinga...


Lúgubre arrepios. Dizendo coisas que ninguém entende, enquanto o céu dorme.


Pessoas correm, abrindo guarda-chuvas.


Onde será que está o meu? Se sair posso sentir a chuva ou apenas me molhar? 


O mergulho da chuva deixa um perfume de terra nas ruas molhadas. 


Debaixo duma bruta chuva o gato espia ao longe o pássaro molhado.  


Eu devia ter aproveitado melhor o sol de ontem.


Agora é ficar aqui com a chuva,
esperando, esperando,
esperando
pelo
arco-íris. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário