A
seu tempo e somente assim.
Acordado da noite onde novamente o
sono
não pousou.
Na morna manhã de sábado onde a
alvorada precipita-se
e o sol vagarosamente ocupa seu espaço
na varanda.
Entre o cheiro de café e os dentes
repletos de migalhas de pão. Dentro do pijama surrado, escondendo
as feridas do corpo.
A
seu tempo e somente assim.
Alienado aos carros que rompem a
poluição como um castigado dia, enquanto os cães abandonam seus
próprios rabos ao passeio de seus donos.
Ele prepara o mate amargo perseguido pelo fazer de um milhão de coisas novas.
Antevendo. Agindo antes da ocorrência.
Com o pouco vagar do realizado
trabalho
e com a voz consciência do velho
mestre a espreita
"não tente, se for apenas para
tentar, nem comece...”
A
seu tempo e somente assim.
Faz frio. O minuano sopra passados
incontornáveis
em sua mente.
Ele senta. Suas costas viradas para a
lareira.
Com o alvo a sua frente, e com suas
mãos tremulas. Vacilante. Socas as teclas.
As palavras correndo no branco da
tela,
uma após a outra, da esquerda para a direita,
interligando o cognitivo as ideias e
o vórtice.
A
seu tempo e somente assim.
Depois de horas, dias, meses, anos,
vidas, planetas, galáxias, sem escrever nada.
Ao som colorido do deslocamento das
borboletas.
Ele escreveu o poema.
CONSEGUIU.
Nenhum comentário:
Postar um comentário