Caminhando, só, pelas ruas de Herndon
no Condado de Fairfax, em US.
Casas e gramados
e bandeiras e lixeiras americanas.
Um silêncio rompido
por poucas SUVs
rodando pelas largas avenidas.
Um sol quente espia
onde campos de baseball esperam por jogadores
que não aparecerão
e por bolas que não serão rebatidas.
Não nesta tarde.
É verão americano,
o suor escorre por detrás da orelha.
Observo um trabalhador na labuta
com a sua máquina de cortar grama.
Ele desliza. O gramado perfeitamente aparado.
Eu poderia ser ele?
Sigo até um Mall,
entro num fast-food,
mastigo um hot-dog aos goles de Dr. Pepper,
enquanto uma jovem senhora gorda brava
por alguma coisa.
Volto a caminhar, por onde ninguém caminha.
Uma radiopatrulha – Herndon
Police Virginia - dispara
as suas sirenes azul-avermelhadas, ao passo que
o School Bus
amarelo e preto retorna
com todas as crianças salvas. Uma a uma,
ordinariamente, descendo do ônibus.
Então, sob um céu azul que não se apaga,
eu penso na obscena palavra beatnik,
em Kerouac, em toda a sua solidão.
Sua fuga para lugar nenhum.
O sol insiste. As pernas pesam.
Uma brisa leve e quente
sopra sobre um triste lago
onde almas se escondem entre reflexos irisados.
Um sentimento de liberdade afaga
o que está preso.
Intrinsecamente questiono: sinto-me ponderado
por estar distante de tudo?
Então, sem resposta, caminho
por calçadas desconhecidas,
e por onde nunca mais
caminharei.
Não há muito o que fazer.
Amanhã seguimos
para o centro do poder,
para Washington DC.
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